Cantor completaria sete décadas de vida
nesta sexta, 28
Há exatamente 70 anos nascia um dos nomes mais importantes e polêmicos
da música brasileira. Sebastião Rodrigues Maia, ou apenas Tim Maia,
nasceu em 28 de setembro de 1942, no Rio de Janeiro. Com 28 álbuns
lançados ao longo da carreira, o cantor de vozeirão inconfundível
emplacou inúmeros sucessos que até hoje são cantados em uníssono pela
maior parte das pessoas – “Azul da Cor do Mar”, “Primavera”, “Sossego”,
“Vale Tudo”, “Do Leme ao Pontal”, “Não Quero Dinheiro”, “Gostava Tanto
de Você”, “Você”, entre tantos outros.
Da Tijuca, onde, aos 8 anos, começou a cantar no coral da igreja local e, aos 12, ganhou o primeiro violão de presente do pai. Trabalhou como entregador de marmitas, as quais, diz a lenda, ele mais comia do que entregava; fez parte de uma banda de rock com Roberto Carlos, The Sputniks; se mandou para os Estados Unidos em uma aventura mirabolante, que durou de 1959 a 1963, onde trabalhou em lanchonetes e estabeleceu o primeiro contato com o soul e com as drogas, ou melhor, os bauretes, gíria de Tim Maia para cigarro de maconha.
O primeiro álbum veio em 1970. Nos três anos seguintes, ele lançou mais três, todos com o nome artístico dele como título e com vários sucessos radiofônicos. Porém, a fase mais aclamada pelos fãs é a dos três álbuns em que ele criou canções para divulgar os princípios filosóficos e religiosos da Cultura Racional, sendo que o terceiro foi lançado postumamente, em 2011, na Coleção Tim Maia, colocada à venda em bancas de jornais. Pelo menos duas canções ficaram imortalizadas – “Que Beleza” e “Rodésia”. Além da religião, ele também pensou em se dedicar à carreira política, ao se filiar ao PSB, em 1997.
Na década de 80, o “síndico”, apelido que ganhou do amigo Jorge Ben Jor (na canção “W/Brasil”, lançada em 1990), aderiu definitivamente ao romantismo, consagrando várias canções da dupla de compositores Michael Sullivan e Paulo Massadas. Entre os hits desse período, está “Me Dê Motivo”. Também gravou um marcante dueto com Gal Costa, em “Um Dia de Domingo”, e ganhou o Prêmio Sharp, em 1988, como melhor cantor. Seu imenso talento como intérprete pode ser conferido ainda no álbum Tim Maia Interpreta Clássicos da Bossa Nova, de 1990.
Depois de uma série de problemas de saúde, principalmente em função da obesidade e o constante uso de drogas, Tim Maia morreu em 15 de março de 1998, após sofrer duas paradas cardiorrespiratórias. Naquela noite, ele tentava realizar uma apresentação no Teatro Municipal de Niterói (RJ), fato raro, uma vez que era comum faltar aos próprios shows. Porém, quando ia, não deixava pedra sobre pedra. A plateia era animada com espécies de gritos de guerra (“quem não dança, segura a criança”) em apresentações nas quais o artista tanto reclamava do som quanto propriamente cantava.
Totalmente desregrado e com dificuldades para administrar as próprias
finanças, Tim Maia era desorganizado e faltava aos compromissos com
bastante regularidade. Por isso, em seus 70 anos, a imagem que fica é a
de um dos melhores intérpretes e compositores da música brasileira, e de
um artista bonachão e simpático, que não fugia das polêmicas e se
tornou um personagem extremamente cativante. Também deixou dois filhos –
Carmelo e Léo Esteves.
Que beleza - Vídeo Editado
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