Alucinação, de Belchior, é escolhido pelos
internautas do
O POVO Online como o melhor disco cearense
de todos os
tempos. O disco já havia sido o escolhido da crítica especializada.
Na enquete sobre qual o
melhor disco cearense de todos os tempos, promovida pelo caderno Vida
& Arte e pelo portal O POVO Online ao longo da última semana – e
encerrada na última quinta-feira -, o disco mais votado pelos
internautas foi Alucinação, lançado pelo cantor e compositor sobralense
em 1976. Com 43,64% dos votos, o disco de Belchior ficou à frente de
Raimundo Fagner, lançado por Fagner no mesmo ano – e que terminou a
enquete com 24,55% da preferência dos internautas -; e de O Romance do
Pavão Mysteriozo, de Ednardo, que ficou com 12,91% dos votos.
Também disputaram a enquete os discos Manera Fru Fru Manera, de Fagner,
que obteve 8,91% dos votos; Meu corpo minha embalagem todo gasto na
viagem, de Ednardo, Rodger e Teti, com 5.64% das escolhas; e Massafeira,
com 4.35%. Antes de irem para a votação na internet, esses discos foram
selecionados por um júri de dez profissionais ligados à música e que, a
convite do Vida & Arte, indicaram suas listas dos melhores discos
cearenses de todos os tempos. Também nessa votação da crítica o disco de
Belchior apareceu como o mais votado – sendo o único disco citado por
todos os jurados.
“(Alucinação) é um disco campeão e emblemático. Repertório primoroso,
definitivo e inabalável. Bel faz aí sua assinatura na música popular
brasileira”, comentou a cantora Amelinha, que fez parte do júri
convidado pelo Vida & Arte.
Produzido por Mazola, Alucinação foi o segundo disco de Belchior e o
primeiro na antiga gravadora Philips – a toda poderosa da música
brasileira nos anos 70. O cantor cearense enviara 15 músicas para a
liberação pela censura, das quais 12 foram aprovadas e três, retidas.
Dessas três, duas foram aprovadas com cortes nas letras (“Rapaz
latino-americano” e “Não cante vitória muito cedo”). Em abril, o disco
foi lançado com dez faixas.
Segundo Tarik de Sousa, em resenha
publicada na revista Veja no início de 1977, dois fatores ajudaram o
disco a alcançar o sucesso de vendas: a inclusão de “Como nossos pais” e
“Velha roupa colorida” no repertório do disco Falso Brilhante, de Elis
Regina; e o “denodado esforço de divulgação do próprio compositor,
percorrendo quase todos os programas de rádio e TV, com seu disco
debaixo do braço”.
Em 1971, se mudou para o Rio de Janeiro e venceu o IV Festival Universitário da MPB, com a música “Na hora do almoço”. Alucinação, seu segundo disco, consolidou sua carreira nacionalmente.
Em 2009, Belchior voltou a ocupar o noticiário nacional por conta de seu sumiço. Desde 2007, familiares, empresários e amigos não conseguiam mais contato com o artista.Um reportagem da TV Globo conseguiu localizar o cantor refugiado em uma pousada simples no Uruguai. No ano seguinte, o cantor voltou a desaparecer e, desde então, não se tem mais notícias de seu paradeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário